Ele só tinha seis
anos quando a professora da primeira série falou do triste destino de crianças
que viviam na áfrica empobrecida e devastada por doenças.
Ryan estremeceu ao
saber que centenas de milhares de crianças africanas morrem todos os anos por
beberem água contaminada.
A sua escola estava
angariando fundos para a áfrica e ele soube que setenta dólares custeariam um
poço.
Ao chegar em casa,
pediu à mãe o dinheiro e disse porque precisava. A mãe sugeriu que ele fizesse
tarefas extras para conseguir a quantia.
Pegou uma folha de
papel e desenhou um diagrama contendo trinta e cinco linhas. Para cada dois
dólares recebidos, Ryan preenchia uma linha e guardava o dinheiro numa lata
vazia de biscoitos.
Começou aspirando o
pó da sala, depois lavou as janelas. Seu avô lhe pagou dez dólares, cada saco
de lixo que enchesse com as pinhas que caíam no quintal.
Num certo dia de
abril de 1998, Ryan entregou a uma organização internacional a sua lata de
biscoitos contendo setenta dólares.
A senhora diretora
que o atendeu, agradeceu mas explicou que uma bomba manual custava setenta
dólares, mas para perfurar um poço eram necessários quase dois mil dólares.
“Então vou trabalhar
mais”, disse o menino. Os pais se envolveram e desencadearam uma campanha de
doações.
Aos sete anos, Ryan
conseguira juntar um pouco mais de setecentos dólares e a quantia que faltava
foi completada pela agência de desenvolvimento internacional canadense.
Ryan e seus pais
foram convidados para uma reunião com o representante de Uganda na “associação
médicos canadenses para auxílio e assistência”, grupo que recolhia os fundos
angariados e, com a ajuda dos habitantes das aldeias, construía e mantinha os
poços.
Ryan foi abraçado
pelo representante Shibru que confirmou ao menino que o poço poderia ser feito
perto de uma escola, em um vilarejo ao norte de Uganda.
Mas falou que eram
necessárias vinte pessoas trabalhando dez dias para construir um poço com um
escavador manual. Uma perfuradora pequena custava vinte e cinco mil dólares.
Disposto a conseguir
o dinheiro, o menino teve sua história publicada em um jornal canadense e em
dois meses, tinha inspirado sete mil dólares em doações.
Já cursando a segunda
série, Ryan e seus colegas de classe passaram a se corresponder com os meninos
do vilarejo que seria beneficiado com o poço.
Enquanto isso, Ryan
passava horas escrevendo cartas pedindo dinheiro a várias organizações.
Finalmente, conseguiu a quantia devida para a compra do equipamento.
Em 27 de julho de
2000 um caminhão transportando Shibru, Ryan e seus pais, desceu a estrada de
terra que levava ao pequeno vilarejo.
Cerca de 3 mil
crianças aguardavam na beira da estrada, batendo palmas. Os líderes da aldeia
receberam Ryan e o levaram até o poço, ao lado da horta da escola. Na base de
concreto estava escrito:
Poço de Ryan.
Construído por Ryan Hreljac. Para a comunidade da escola elementar.
Naquela noite, na
cama, Ryan disse para sua mãe: “estou muito feliz.”
Terminou aquele dia
inesquecível com a oração que fazia todas as noites: “desejo que todos na áfrica
tenham água limpa.”
Pense nisso!
A fraternidade não
conhece fronteiras e o amor desconhece limites.
Aprendamos com Ryan a
pensar grande, a ir além. Quem poderia imaginar que um menino de seis anos
poderia fazer tanto?
Permitamo-nos o
contágio do bem, com essa vontade de auxiliar, com esse sentimento de se
importar com o outro, mesmo que lhe desconheçamos o nome. Mesmo que só o que
ele necessite seja de um copo de água limpa e fresca, para se manter vivo.
Texto de responsabilidade da equipe de redação do momento
espírita, a partir do artigo “o poço de Ryan”, da revista Seleções do Reader’s
Digest de dezembro2001
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