O Sábio e o Viajante

Arte: Josephine Wall


Numa cidade um sábio estava sentado numa pedra há 50 anos. Ninguém entrava nem saía sem notá-lo. Um dia um viajante que chegava a cidade perguntou a ele: “Estou de mudança pra cá, como é esta cidade aqui?”.
O sábio então o indagou: “Como é a cidade de onde você vem?”.
E o viajante respondeu: “É uma cidade linda, um povo maravilhoso, excelente lugar para educar meus filhos, mas fui transferido para cá por motivos profissionais”.
Então o sábio respondeu: “Sorte sua. Aqui também é um lugar maravilhoso, não tem violência, o povo não fala da vida de ninguém, excelente qualidade de vida, você vai adorar morar aqui”.
O novo morador seguiu em frente e logo depois outro cidadão com a família parou seu carro e faz a mesma pergunta ao sábio: “Estou vindo trabalhar aqui. O senhor pode me dar informações desta cidade?”
E o sábio repetiu a mesma pergunta que havia feito ao homem anterior: “Diga-me primeiro: como é a cidade de onde você vem?”.
E ele respondeu: “É um lugar péssimo, violento, um povo fofoqueiro. Digo ao senhor não consegui fazer um amigo naquela cidade”.
O sábio respondeu: “O senhor não deu sorte. O povo desta cidade é igualzinho ao de lá”.
Um jovem discípulo do sábio que a tudo assistia lhe perguntou: “Mestre, o senhor deu duas definições opostas da cidade em menos de 10 minutos. Qual das duas é a verdadeira?”
E o sábio respondeu: “As duas. Uma coisa é a realidade e outra é a percepção.”

(Desconheço o autor)

Eu particularmente gosto muito deste texto pela bela mensagem que ele nos transmite. Eu viajante sempre fui recebida de braços abertos por onde andei e entendo que “coração” nos acompanha a qualquer que seja o destino, as virtudes e defeitos também. O amor estará de braços abertos se o amor levarmos. Aceitar o outro, respeitar, saber ouvir, dar sua opinião sem impor são fatores que em muito contribuem para o verdadeiro sentido de democracia.

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