"Ao mesmo tempo que ia fazendo conjeturas de
vida, continuou
a ler o que mais trazia de novo aquela carta extensa
de saudade:
...
Meu amor…
Pediste‑me
que te contasse!
O que conto?
Que o tempo é cruel e não passa…
Conto que tenho saudades de ti!
E mesmo no fel desta desgraça
Não m’arrependo do que senti!
O que conto?
Conto que muito gostava de te ver
Conto que tudo voltava a sorrir
E no conto de tanto te querer
Perdia o conto de te ver partir!
O que conto?
Conto que tenho dentro de mim
Algo de teu que mexe no meu ser
E neste conto de estar tão bem assim
Já te sinto em mim mesmo sem te ter!
Mas juro que mesmo que te conte
Tudo o que me apetece revelar…
Ainda fico com este grande conto
Quando contigo poder contar!
E conto:
Quero sorrir na frente do teu olhar
Um dia, uma hora ou até um minuto
Mas onde pudermos finalmente estar!
Com nosso amor e amado fruto."
....
Havia um segredo na aldeia da Luz que possivelmente
estava a causar um grande sofrimento, ou no mínimo,
ansiedade e,
com certeza, a preocupar Beatriz."
Angelino Pereira - Encontros de Vidas (PT/BR) – (pág. 109)
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