I
Saiu sem destino, meio tonta abriu portas...
Visitou palácios e favelas da alma.
Foi abraçada...
Preterida...
Na caminhada errante buscou o tudo e o nada
Retocou a maquiagem,
Ignorou insultos...
Seguia sempre...
Refez tantas vezes o mesmo caminho, nada encontrou...
De repente um chamado...
- Rainha, em qual palácio Vossa Majestade habita?
Don Quixote... Don Juan... Um Casanova, talvez.
(Um cavaleiro sem espadas, bigode ou cavalo...)
O SEDUTOR se aproxima...rompe as barreiras do
silêncio
e de joelhos faz-lhe reverências...
Há poesia
sob o luar nas falas dos dois errantes.
Com a promessa do futuro encontro,
Despedem-se na certeza do reencontro.
Os instantes voam...
O tempo...
As almas seguem em direção ao “moinho de vento”.
As cortinas se abrem - a luz afugenta o breu da
noite...
-Dora Vitoriosa-
II
Nos braços de Zéfiro eles desejam chegar ao velho moinho de
vento...
Estrelas companheiras e testemunhas mudas do amor
derradeiro.
Lençóis de relva...
A Flor de Lotus desabrocha ocultando suas faces...
Fazer ruborizar de inveja os deuses no olimpo não foi a
intenção...
Silêncio... o sussurrado amor está vivo!
Não despertai os gigantes que à espreita tentam dilacerar os
corações dos amantes...
-Dora Vitoriosa-
4 comentários:
Leio o primeiro poema e me encanto tentando já em minhas análises achar as palavras para descrever o que sinto quando leio teus poemas, pensei ter concluído a leitura quando me deparo com o texto seguinte e fico a pensar: serão estes os mesmos amantes do texto anterior. A resposta fica em silêncio para não despertar os gigantes e eu fico divagando... delirando...
O mistério torna essência enigmática, doce e prazerosa, amiga Rubinha Lemos. Gigantes despertos gigantes abatidos.
Um forte abraço e volte sempre!
Cervantes colocou obstáculos a frente do herói, mal compreendeu que tais gigantes estavam em sua mente e que a busca pela doce Dulcineia poderia ter sido mais simples.
Obrigada por seu comentário, caro João José. Ah, Dom Quixote!!!
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