@->- Me procure...

Não me procure em lugares sombrios,
Créditos da foto: www.ppt.photl.com

desertos ou em veredas por onde nunca andei
Não me procure nas estrelas
lá não é o meu lar
Na profundidade dos oceanos
também não me procure
seria distante demais
Viu uma gaivota em pleno voo?
talvez seria eu se o destino fosse você
Se não for pedir muito
me procure dentro de você
e se não me encontrar
é porque eu nunca fiz parte da sua vida.
Eu não tenho duas formas de amar.
Amo e ponto final.


-Dora Vitoriosa-

@->- O que restou do amor?

 Créditos da foto: S.N.Photogrphy
Créditos da foto: S.N.Photography
O que restou do amor?

Palavras cortadas, simples gestos de gentileza
O sonho adormecido, encantos apagados
Sutilmente disfarço...
Finjo que não existo ou tento não me importar
Basta um olhar vago, frio, distante...
Tudo acontece com a mesma intensidade
Chamas ardentes queimam meu peito
Perco o sono e a calma
Não sei se vivo ou morro
As noites são longas, sinto um vazio na  alma.

-Dora Vitoriosa-


Sobre a velhice

Faço minhas palavras do Prof. Doutor Eugénio Lisboa:


“A velhice, Senhor Primeiro-Ministro, é, com as dores que arrasta – as físicas, as emotivas e as morais -, um período bem difícil de atravessar. Já alguém definiu como departamento do Purgatório... Ser velho é também isto: acharmos que a primavera já não é para nós, que não temos direito a ela, já, de certo modo, nos definiu. Hoje, não. Hoje, sentimos que já não interessamos, que, até, incomodamos. Todo o discurso político de V. Exas., os do governo, todas as vossas decisões apontam na mesma direção, mandar-nos para o cimo da montanha,
Créditos da foto: www.ppt.photl.com
embrulhados em metade de uma velha manta, à espera de que o urso lendário (ou o frio) venha tomar conta de nós. Cortam-nos tudo, o conforto, o direito de nos sentirmos, não digo amados, (seria muito), mas, de algum modo, utilizáveis: sempre temos umas pitadas de sabedoria caseira a propiciar aos mais estouvados e impulsivos da nova casta que nos assola. Mas não. Pessoas, como eu, estiveram, até aos 65 anos, sem gastar um tostão ao Estado, com a sua saúde ou com falta dela. Sempre, no entanto, descontando uma fatia pesada do seu salário, para a “Segurança Social”, que talvez nos fosse útil, num período de necessidade, que se foi desejando longo. Chegado, já sobre tarde, o momento de alguma necessidade, tudo nos é retirado, sem uma atenção, pequena que fosse, ao contrato anteriormente firmado. É quando mais necessitamos, para lutar contra a doença, contra a dor e contra o isolamento gradativamente crescente, que nos constituímos em alvo favorito do tiroteio fiscal: subsídios (que não passavam de uma forma de disfarçar a incompetência salarial), comparticipações mos custos da saúde, atualizações salariais – tudo pela borda fora, incluindo, também, esse papel embaraçoso que é a Constituição, particularmente odiada por estes novos fundibulários. O que é preciso é salvar os ricos, os bancos, que andaram a brincar à Dona Branca com o nosso dinheirinhos e as empresas de tubarões, que enriquecem sem arriscar um cabelo, em simbiose sinistra com um Estado que dá o que não é dele e paga o que diz não ter, para que eles enriqueçam mais, passando a fruir o que também não é deles, porque até é nosso.”

[In Jornal “As Artes Entre As Letras” (págs. 22/23) Prof. Doutor Eugénio Lisboa, (págs. 22/23), 26 setembro 2012]

Angelino Pereira

Dedicatória

Ao rebuscar entre textos que escrevi releio um deles que volto a lembrar, porque o mal continua a alastrar a vida:


Dedicatória


Publico crónicas e pensamentos em jornais.
Escrevo nos livros a minha história, a minha ilusão, a minha aventura ou imaginação!
Dou de mim tudo o que sou. Mas dou!
Dou ao mundo a minha vontade de vencer. O meu querer!
Exponho o meu pensamento. Sujeito-me à crítica de quem tem sensibilidade, ou não nada tem!
Mas dou a cara a tudo e sempre que sinto a injustiça, falo!
Observo o mundo que nos rodeia, o nosso habitat! A desilusão do Criador. A morte lenta, mas certa, de quem não sabe preservar o seu direito à vida.
Mas as tempestades de ventos gerados, por quem desrespeita as regras da Natureza, põe em risco também os inocentes. E eu não posso ficar calado!
Créditos da foto: www.ppt.photl.com

Vejo a miséria que me revolta, sinto a ganância que me choca!
Sou uma insignificância de gente no meio de gente que não presta!
Há poucos mártires no mundo que sofrem na dor do semelhante!
Alguém pergunta, se um número tão reduzido tem voz no meio de tanta desumanização?
Há ideais que se batem até à morte por princípios em que acreditam e morrem na glória!
Eu não sei, por quanto tempo o mundo vai continuar a praticar tanta injustiça:
A morte de tantos inocentes, as lágrimas de choro tão dorido das nossas crianças, os milhões de estropiados físicos e de haveres, há muito fizeram a ira do Criador!
Escrevo bem ou mal, tanto faz!
Mas quero continuar a denunciar a dor do mundo e a merecer as bênçãos do Criador!
Quero ser igual em todos os dias, para que saibam quem sou!
Por tudo isto, eu quero dedicar os meus poemas aos que sofrem as injustiças daqueles que ainda não entenderam que o mundo vai ter que mudar, porque ninguém conseguirá a felicidade enquanto produzir a tristeza no seu semelhante!
Principalmente para as crianças de todo mundo, as grandes vítimas dos nossos erros, dedico as minhas palavras de esperança: Um mundo melhor virá!


(IN "O Problema da gente são as pessoas “Angelino Pereira_2004)

Quero ver esse Pôr-do-sol

Atrás da árvore se esconde os mistérios do Universo representado pelo sol com seu brilho fascinante
Créditos da foto: S.N.Photography
“Seja no que for, só se recebe na medida do que se dá" (Honoré de Balzac). Será que contemplar o fruto da árvore proibida faz feliz quem nunca provou o seu sabor? Porque então Eva pecou e levou Adão a pecar? Foi pela sabedoria ou pelo prazer do sabor? Ou já se sabia ela o que havia de escrever Alexandre Herculano: “O medo é o pior conselheiro”. Então Adão avinhou o futuro como William A Ward: ”O professor medíocre conta, o bom professor explica, o professor superior demonstra.” Todavia, o sonho alimenta vida e ver tanta maravilha dá vida a quem sonha. Vou continuar a contemplar... Abraço a todo o belo.
Preciso contemplar?! SIM! No contemplar faço a minha forma de escrever e amar. E os sabores que vou criando sustentam a minha paixão... Quero ver esse Pôr-do-sol, o único e deixar-me levar os esses raios de luz, no brilho de um novo nascer! É preciso renascer para poder continuar a criar...

Abraços,

Angelino Pereira

@->- Um dia difícil

Sabe aquele dia em que já acordamos cansados(as), estressados(as) sentindo que o Universo  conspira contra nós? Sentimos vontade de sumir pra bem distante e mandar muitas pessoas catarem coquinhos numa praia de difícil acesso. Levantamos da cama, colocamos a maquiagem subimos no salto e vamos trabalhar... Sorrimos para todos e fingimos que está tudo bem, quando na verdade estamos sendo corroídos(as) por nossos monstros internos. Não vemos o momento de chegar à casa que nos aguarda em silêncio, desabamos de vez na cama, chorar, talvez. Foi mais um dia difícil sem compreendermos o que de fato se passa na alma e o vazio se torna cada vez mais profundo.
O dia vai passando, as dores não. Abrimos o computador, entramos numa rede social sem vontade de interagirmos com quem quer que seja... Certo compartilhamento de alguém no Facebook  nos chama a atenção. Trata-se de caso já conhecido só que desta vez fazemos uma (re) leitura diferente. E de repente, recebemos um tapa na cara com luvas de pelica.

todos seguem passa a passo seu destino mergulhados nas suas dores ou problemas



A vida pode até está cheia de entraves, porém, manter o sonho em movimento nos alinha com o Universo outra vez.

-Dora Vitoriosa-

Mensagem no tempo

na minha mão tem uma flor para ti que és meu eterno amor
Imagem: Imagem: Dora Santos
Mensagem no tempo
no tempo que fica,
em tempo de lamento de vida maldita.
Conversa mais conversa, palavras que o tempo apaga
promessa em promessa que conduz a nada!
Alertas que alertam opiniões gerais
para males que afectam classes sociais.
E o mundo continua alheio à sua dor
avança e recua inerte,
há muito que promete,
mas fá-lo sem amor!
Mensagem no tempo,
que o vento espalha no horizonte,
não fiques suspensa no espaço
vence montanhas, corta barreiras,
cerra fileiras, mas leva pra longe o meu abraço.
Mensagem no tempo
em tempo constante,
leva distante meu pensamento,
rasga as entranhas para vencer
e cala pra sempre meu triste lamento!
Se minhas palavras o mundo mudar
e morte causar à razão da pena
feliz vou partir quando a hora chegar
de minh’alma deixar a vida terrena!

(Angelino Pereira)