O roteiro do filme é baseado no livro de Richard Matheson, “Bid Time Return”, de 1976, que ele escreveu depois de ter visto a foto de uma atriz do passado (Maude Adams) e tê-la achado bonita, passando a pesquisar sobre sua vida.
A história trata de um escritor de peça de Teatro, "Richard Collier", que em um certo dia, recebe de uma velha senhora um relógio de algibeira e um pedido: “Volte pra mim!”.
Alguns anos depois, este escritor, já relativamente conhecido, está em plena crise de criatividade e resolve viajar para espairecer. Encontra um hotel (Grand Hotel, em Mackinac Island, Michigan, que realmente existe e é meta de peregrinação dos aficionados pelo filme até hoje), onde resolve se hospedar. Na Sala da Memória do hotel, ele vê, maravilhado, a foto de uma linda mulher. Descobre ser o de uma atriz que lá se apresentou em 1912. E mais: ela era a senhora que lhe deu o relógio, tempos atrás. A partir dali, ele empreende todos os esforços para viajar no tempo até encontrá-la. E consegue.
Depois de muitas peripécias, ficam juntos até que uma fatalidade os afasta e ele retorna ao ano em que estava, 1982. Ali, ele aguarda o momento de reencontrá-la na eternidade.
Deste filme, eu selecionei dois vídeos para apresentar na TV Antigas Ternuras. O primeiro, é uma espécie de grande trailler. O segundo, é de uma cena que particularmente me emociona sempre que a vejo. A atriz, “Elise McKeena”, está em cena em uma peça do gênero comédia de costumes, com seu amado Richard na platéia. Subitamente, ela sai do texto original e vai à frente do palco, improvisando uma belíssima declaração de amor, olhando diretamente para o objeto de sua paixão. Depois volta ao texto da comédia.
De tanto ver esta cena, houve época em que a tinha quase decorada. E sonhava em um dia dizê-la para a mulher que eu amo, que porventura estivesse me assistindo na platéia de uma de minhas peças.
Eis as falas para que você possam acompanhar a cena:
ELISE – O homem dos meus sonhos está quase desaparecendo agora...
ATRIZ QUE FAZ UMA DOMÉSTICA (desconcertada pelo improviso de Elise) – E que homem é este, senhorita?
ELISE – Aquele que eu criei em minha mente... O tipo de homem com o qual toda mulher sonha lá no fundo e que mais secretamente atinge o seu coração. Quase que posso vê-lo agora, diante de mim. O que eu diria a ele se estivesse realmente aqui? “Perdoe-me”. Nunca tinha conhecido este sentimento. Vivi sem ele por toda a minha vida. É de se admirar, então, que tenha falhado em reconhecê-lo? Você o trouxe a mim pela primeira vez. Há algum modo de que eu possa lhe dizer como a minha vida mudou? Qualquer modo de fazê-lo saber que doçura você me deu? Há tanto a dizer que eu não consigo encontrar as palavras. Exceto por estas: eu amo você... É o que eu diria a ele se estivesse aqui...
Curiosamente, já me aconteceu de ficar impressionado ao ver a foto de uma linda mulher. Tive a sorte dela não ser de 1912... Fomos nos conhecendo e eu me apaixonei por ela. Há uma cena no filme em que Richard fala de seu trabalho para Elise e ela o observa encantada (veja no trailer). Já vivi esta cena também com o meu amor.
*
Em algum lugar no passado, dois seres cruzaram os olhos pela primeira vez. E era tanto brilho, e era tanta luz, que a esperança deles sempre se reencontrarem se transformava em uma certeza para os que têm a persistência das estrelas.
Em algum lugar no futuro, a dúvida será certeza, o desconhecimento, a sabedoria e o sonho será realidade.
Em qualquer lugar no presente, emoções, sentimentos e sensações são certezas ao alcance das mãos, dos olhos... Certeza de saber que o maior prazer do mundo mora aqui e agora. E que ele persistirá enquanto as estrelas brilharem, enquanto a lua derramar seus reflexos de prata sobre o azul profundo do mar.
antigasternuras.blogspot.com
Um comentário:
Esse filme é maravilhoso, ja assisti 51561 vezes, e li o livro algumas vezes hehehehehehe.
Parabéns pela otima postagem e pelo ótimo blog.
Estou retribuindo a sua agradável visita no pedra chata.
seja sempre bem vinda.
obrigado
forte abraço
Fabiano Tedeschi
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